sexta-feira, 9 de janeiro de 2009



Promessas de solidariedade
José Medeiros
Apagaram-se as luzes do Natal e já nos esquecemos de alguns dos bons propósitos repetidos durante os festejos natalinos. De alguma forma, fechamos os olhos e deixamos de perceber sentimentos e emoções que estiveram dentro de nós, nesse período, que se extravasaram em ruidosas manifestações de alegria ou aconteceram na tranqüilidade dos que preferiram o silêncio e a reflexão.Neste momento, o maior desejo que se pode transmitir é o de que o ano-novo seja novo a cada dia, refletindo os bons desejos pensados e prometidos.O importante é viver cada momento ajustando-se a novas realidades, aprendendo que a vida está nos olhos de quem sabe ver. Exemplo recentemente citado: “Ex-bóia-fria, babá e empregada doméstica, 75 anos, cuida de 112 crianças em creche comunitária com aposentadoria de R$ 830 reais e doações”. Como é possível tamanho gesto de solidariedade?Tive oportunidade de ouvi-la explicar como sustenta e educa tantas crianças. Procura empresas, consegue que pessoas adotem uma ou duas crianças que estão na creche, exibe um vídeo preparado por voluntários e que foi denominado “Educação para a esperança”. O vídeo mostra como as crianças são bem tratadas e felizes. É um apelo à solidariedade que está no coração das pessoas, e se recebe um “não”, recebem muitos “sim”, de uma maioria de pessoas que gosta de ajudar os mais necessitados.Ouvi de um amigo: “Neste Natal resolvi ser mais solidário. Vou dedicar meu tempo disponível a uma obra social”. Deseja encontrar uma nova filosofia de vida, mesmo sabendo o quão é difícil que os desejos de uma sociedade mais justa e mais fraterna se realizem. Respondi-lhe que tudo depende de cada um e mesmo que sejamos um grão de areia neste imenso planeta, nossa contribuição é necessária e imprescindível. O homem constrói sua própria história e contribui para a história da humanidade. Cada gesto de solidariedade é um ato de amor ao próximo, o que, numa análise mais ampla, significa contribuir para um mundo melhor. Ainda me encontro embebido numa sinfonia de esperança que me acompanhou durante o período natalino.Reflito nas palavras do poeta Carlos Drummond de Andrade: “A cada dia que vivo mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca. E esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade”.(*) É médico e ex-secretário de Educação e de Saúde.

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